O Retorno dos Bugios

Entre 2017 e 2018, um surto grave de febre amarela silvestre em São Paulo matou milhares de primatas, incluindo cerca de 2.500 bugios-ruivos (Alouatta guariba clamitans). Populações inteiras foram dizimadas na Mata Atlântica e, no Parque Estadual da Cantareira, a espécie foi funcionalmente extinta.
Para enfrentar essa crise, pesquisadores brasileiros adaptaram a vacina humana contra a febre amarela para uso seguro em primatas selvagens. Liderada pelo CeMaCAS, com apoio da Fiocruz e da Universidade de São Paulo, a equipe monitorou bugios resgatados por meio de exames clínicos, sorologia e estudos comportamentais. Em fevereiro de 2024, os primeiros indivíduos vacinados foram reintroduzidos na natureza com rastreamento por GPS, comprovando a eficácia do protocolo.
O projeto destaca como a vacinação de animais selvagens pode ser uma estratégia viável de Saúde Única, protegendo a biodiversidade e reduzindo o risco de doenças infecciosas emergentes.